Durante uma semana, de 4 a 8 de março, os participantes conheceram o processo de produção de material didático elaborado pelo Núcleo
O encontro proporcionou uma troca de experiências de ações realizadas pelos integrantes de cada instituição. A equipe do Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (NUTEDS/FAMED/UFC), coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Roberto de Oliveira, apresentou na prática os passos da produção de materiais didáticos na área da saúde. Já os profissionais das instituições visitantes explicaram sobre os processos e medidas de prevenção e controle das síndromes gripais e sobre como são realizados os monitoramentos das doenças causadas por vírus respiratórios no Brasil e no mundo.
O evento faz parte da parceria firmada entre o Nuteds/Famed/UFC, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (CGDI/SVSA/MS), a Rede de Programas de Treinamento em Epidemiologia e Intervenções de Saúde Pública (TEPHINET) e o Departamento Global da Divisão de Coronavírus e Outros Vírus Respiratórios (CORVD/GRVB) do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC/EUA) para projetos futuros de capacitação online em epidemiologias e outros patógenos respiratórios.
Para o coordenador do Nuteds, Prof. Dr. Luiz Roberto de Oliveira, essa parceria vem fortalecer as atividades de educação em saúde. “Ficamos muito felizes em poder apresentar o potencial da nossa equipe e os trabalhos que o Núcleo desenvolve. Sem dúvidas, com a ajuda dessas instituições, nós iremos avançar cada vez mais na capacitação de profissionais da saúde, seja de forma presencial, híbrida ou somente a distância, para que eles possam atender melhor nossa população”, afirma.
A agenda da equipe do Ministério da Saúde e das instituições parceiras se estendeu também à visitação de uma unidade Sentinela de Vigilância de Síndrome Gripal (SG) e de Vigilância de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Ceará e o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), localizados em Sobral e Fortaleza, respectivamente.
Neste modelo de capacitação em vigilância de doenças respiratórias, o Brasil é o primeiro país da América Latina que o CDC/EUA está apoiando. Para o assessor oficial epidemiologista da instituição sediada em Atlanta, o médico pediatra Dr. Alexey Will Clara, essas visitas foram importantes para conhecer a realidade local. “A avaliação que fazemos dessa parceria é muito positiva, em todos os pontos possíveis, tanto com o Ministério da Saúde quanto com esta Universidade, o que reforça a assistência técnica do CDC ao Brasil. Para nós, este é um país sócio estratégico“, explica. Segundo ele, o Brasil é considerado um país-chave, não apenas para a América Latina, mas para todo o mundo. “Cremos que a vigilância sentinela é a pedra angular das políticas de saúde pública para prevenir e enfrentar as ameaças de tipos de doenças respiratórias virais. Nossa expectativa é que essas capacitações possam atender, se não a todos, mas a maioria dos funcionários que fazem a vigilância respiratória no Brasil. Estamos apostando que esse poderá ser como um modelo, em nível regional”, conclui.
O Brasil possui 308 unidades de Vigilância Sentinela. Destas, 14 estão no Ceará, sendo quatro localizadas em Fortaleza. De acordo com a assessora técnica do Grupo Técnico Gripe (GT-Gripe) do Ministério da Saúde e coordenadora da cooperação técnica com a equipe do CDC/EUA no Ministério da Saúde, Walquíria Almeida, essa visita à UFC foi muito importante para discutir o conteúdo do Curso de Educação a Distância de Vigilância das Síndromes Gripais, que está sendo elaborado, para atualizar os conhecimentos dentro da vigilância e discutir com outros especialistas as estratégias que são aplicadas no dia a dia. “Conhecer a unidade técnica de Sobral e ver que uma cidade do interior do Nordeste tem um serviço de extrema qualidade, com profissionais sérios, envolvidos com a vigilância de doenças respiratórias, foi muito gratificante pra gente e, ao mesmo tempo, olhar o quanto a gente ainda precisa fortalecer essa vigilância de uma maneira geral, em nível nacional, explica.
Saiba mais
Desde setembro de 2022, o CDC/CORVD/GRVB apoia o projeto “Fortalecendo a Vigilância de Coronavírus e Outros Vírus Respiratórios no Brasil”, com o objetivo de contribuir com o fortalecimento das capacidades de vigilância da Covid-19 e de outros vírus respiratórios (ORV) no Brasil. O projeto é executado pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) em parceria com a Divisão de Coronavírus e Outros Vírus Respiratórios (CORVD) do CDC e a Coordenação-Geral de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (CGVDI/SVSA/MS).